Falar, ler ou mandar mensagens pelo telefone celular é uma prática vista como ruim para a segurança no trânsito, mas está diminuindo entre os motoristas de caminhão que transportam produtos químicos perigosos. Isso é o que apontou pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) realizada a cada quatro anos.
Realizada a cada quatro anos, a pesquisa desse ano, a 7ª edição, foi desenvolvida nos meses de maio e junho e entrevistou 409 motoristas dos Estados de São Paulo, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
USANDO MENOS O CELULAR
O levantamento desse ano apontou que 80% dos motoristas entrevistados disseram que não falam ao celular ou usam o aplicativo enquanto dirigem. Na pesquisa anterior, em 2015, o percentual era de 71,7%.
Entre os entrevistados, 13,7% responderam que usam às vezes (na pesquisa anterior eram 22%) e 2% concordaram que usam, contra 3,1% registrados em 2015 e 4,3% não responderam a essa pergunta.
Apesar de ter diminuído o porcentual dos carreteiros que usam o celular enquanto dirigem, o número de profissionais que ainda fazem uso do aparelho ao volante ainda é motivo de preocupação da Abiclor.
Os principais produtos perigosos transportados são soda cáustica líquida (51,2%), seguida de hipoclorito (23%) e ácido clorídrico (11,7%).
TREINAMENTO E CONSCIENTIZAÇÃO
Nelson Felipe, representante da associação disse que é preciso continuar trabalhando para zerar esse indicador. De acordo com ele, o caminho é treinamento e conscientização.
Outros dados da pesquisa os motoristas apontaram, por exemplo, que 62,9% dos profissionais trabalham com carteira assinada; 17,6% são agregados; 4,4% são autônomos e 15,4% não informaram à pesquisa em que regime estavam trabalhando.
Outro dado apurado é que a idade média dos motoristas que fazem o transporte de produtos do setor cloro-álcalis no Brasil aumentou de 42 para 46 anos no período de 1997 a 2019.
Para a Associação, o aumento da idade dos motoristas reflete a importância que as transportadoras estão dando à política de retenção dos profissionais com experiência comprovada no transporte de produtos químicos. A maioria possui segundo grau completo e está dirigindo em torno de uma hora a menos por dia.
Os dados a seguir foram fornecidos pela Abiclor:
IDADE MÉDIA DA FROTA DOS MOTORISTAS
1997…………………………………42,2 anos
2001…………………………………42,3 anos
2004……………………………….. 41,6 anos
2007…………………………………42,2 anos
2011…………………………………43,6 anos
2015…………………………………44,5 anos
2019…………………………………46,2 anos
O tempo médio de habilitação dos motoristas que transportam produtos químicos também aumentou.
TEMPO MÉDIO DE HABILITAÇÃO
1997…………………………………20,0 anos
2001………………………………..21,0 anos
2004………………………………..20,0 anos
2007………………………………..21,0 anos
2011………………………………..23,4 anos
2015………………………………..22,4 anos
2019………………………………..23,2 anos
TEMPO QUE TRANSPORTA PRODUTOS QUÍMICOS
1997…………………………………8,9 anos
2001……………………………….11,0 anos
2004………………………………… 8,0 anos
2007……………………………….11,0 anos
2011……………………………….13,1 anos
2015……………………………….10,0 anos
2019……………………………….10,5 anos
IDADE MÉDIA DA FROTA DE CAMINHÕES
1997…………………………………13,6 anos
2011………………………………… 8,8 anos
2015………………………………….6,7 anos
2019………………………………….7,3 anos
IDADE MÉDIA DA FROTA DE CARRETAS
1997…………………………………10,5 anos
2001………………………………… 9,8 anos
2004………………………………… 9,2 anos
2007………………………………….8,0 anos
2011………………………………….7,1 anos
2015………………………………….8,1 anos
2019………………………………….8,8 anos
Matéria Original: https://www.ocarreteiro.com.br/motoristas-que-transportam-produtos-quimicos-perigosos-reduzem-uso-do-celular
Conteúdo Originalmente postado em: Motoristas que transportam produtos químicos perigosos reduzem uso do celular.